Projeto de divulgação da memória do Marabaixo, maior tradição cultural do Amapá

sábado, 13 de junho de 2015

Lançada em Macapá campanha de valorização do Marabaixo

Elísia Congó é a segunda da esquerda para a direita
Fotos: Fabio Gomes


Nesta sexta-feira, Elísia Congó, presidente da Federação Folclórica do Amapá, e o jornalista Fabio Gomes, autor do projeto As Tias do Marabaixo, estiveram em algumas instituições de ensino de Macapá realizando as primeiras imagens da Campanha de Reconhecimento e Valorização da História do Marabaixo. A campanha é uma iniciativa da Federação Folclórica do Amapá. 



Laura do Marabaixo, compositora e intérprete
Há alguns anos, durante o Ciclo do Marabaixo, apresentou-se a resistência negativa de um cidadão que fez denúncia à Polícia, que veio até o Barracão Tia Gertrudes e intimidou, proibindo a continuidade do Marabaixo. 

A Comunidade Marabaixeira reuniu-se e saiu às ruas buscando apoio e respeito junto aos Órgãos competentes como: Ministério Público Federal e Municipal, Justiça Estadual, Palácio do Governo, Câmara dos Vereadores, PMM-Prefeitura Municipal de Macapá e Assembléia Legislativa. 

No momento, se colheu assinaturas de toda a população.

O deputado Dalto Martins prometeu e cumpriu apresentar o Projeto de Lei nº 0049/10, de 16/6/2010, criando o DIA ESTADUAL DO MARABAIXO. 

Efetivando de fato e de direito nossa identidade, resistência secular de nossos ancestrais que trouxerma, juntamente com sua bagagem, parte de sua cultura e se perpetuando em nossa Macapá, tocando e criando ladrões que retratam a vivência de um povo sofrido, mas, acima de tudo, inteligente e resistente, que manteve aos trancos e barrancos sua cultura, mostrando que sempre teve memórias e histórias a ser cantadas em versos e prosas desse ladrão. 



Marabaixo


Folclore do Estado do Amapá - Crenças, costumes e cerimônias de um povo, que através de suas gerações eterniza suas vivências. 

Herdados dos primeiros negros que vieram do Continente Africano, ainda por volta de 1750 para a construção da Fortaleza de São José de Macapá e trouxeram em sua bagagem como forma de resistência parte de sua cultura.

Teve essa denominação por trazer os negros em navios do Continente Africano Mar-a-Baixo.

Marabaixo - Dança formada por caixas e cantos, envolvidos por elementos católicos retratando o cotidiano de um povo, louvação a santos e africanos como oferendas.

Não existe em outro estado brasileiro, tendo a honra de ser genuinamente amapaense. 



DIA ESTADUAL DO MARABAIXO 2015

16 de junho, terça-feira

Programação


9h - Sessão Solene na Assembleia Legislativa

11h - Panfletagem na rua Cândido Mendes (comércio)

15h - Workshop no Cepajob

19h - Grande Marabaixo no Barracão Tia Gertrudes (rua Duque de Caxias, esq. Manoel Eudóxio, bairro Santa Rita)



















quarta-feira, 10 de junho de 2015

Como medir a felicidade?


Na noite de 5 de junho, sexta-feira passada, aconteceu a exibição pública dos cinco curtas que compõem a série As Tias do Marabaixo, durante a segunda edição, no Bar do Nêgo, do Projeto Vitrola Cultural, coordenado pela socióloga Patrícia Pinheiro e que conta com os DJs Ronnie Santos, Flávio Gutembergue e Jader Roots; o projeto visa resgatar a cultura de ouvir música em vinil, e também abre espaço para outras manifestações culturais. Em plena orla de Macapá, a poucos metros do rio Amazonas, o maior rio do mundo, quem esteve presente pode ver, pela primeira vez num único evento, a série completa (os curtas já haviam sido exibidos em dois eventos do grupo poético Pena e Pergaminho, sendo três num evento e dois no outro). Não tenho palavras para expressar minha satisfação e alegria com o convite e mais ainda com a efetiva exibição. Naturalmente, por se tratar de uma apresentação num bar - espaço onde exibições de filmes são raras -, o nível de atenção foi bem diverso do que observei quando da mostra nos encontros do Pena e Pergaminho: enquanto algumas pessoas simplesmente ignoravam os filmes, houve quem levantasse da cadeira e começasse a dançar! Um momento muito feliz que aconteceu quase no encerramento, perto de 1h da manhã, quando começamos a exibir o curta final, Tia Zezé no Encontro dos Tambores.

Sei bem que ainda não se inventou um modo de medir a felicidade. Mas também tenho a plena certeza de que mais feliz ainda foi não um momento só, mas uma noite inteira, pouco mais de três semanas antes da noite citada acima. Me refiro à noite de 13 para 14 de maio, a Quarta-Feira da Murta do Divino Espírito Santo. Apenas duas das casas que celebram anualmente o Ciclo do Marabaixo em Macapá comemoram a Quarta da Murta do Divino, ambas no bairro do Laguinho - a Casa do Mestre Pavão, sede da Associação Folclórica Marabaixo do Pavão, e o Centro Cultural Tia Biló, da Associação Cultural Raimundo Ladislau. O motivo é que estas duas casas homenageiam igualmente o Divino Espírito e a Santíssima Trindade, enquanto as outras casas (Barracão Tia Gertrudes e Associação Zeca e Bibiana Costa, ambas no bairro da Favela, e Herdeiros do Marabaixo, do distrito de Campina Grande) festejam apenas a Santíssima Trindade. 

Quem acompanha o projeto As Tias do Marabaixo sabe que meu intuito é homenagear cinco senhoras negras que são consideradas memórias vivas do Amapá: Tia Zefa, Tia Chiquinha, Tia Biló, Natalina e Tia Zezé. Diante, porém, do ocorrido na Quarta da Murta do Divino na sede da Associação Raimundo Ladislau, eu não pude deixar de me sentir homenageado também. Nesta noite, a convite de minha amiga Laura do Marabaixo, neta da Tia Biló, os banners com as fotos da minha exposição "As Tias do Marabaixo" ficaram expostoas durante todo o tempo da festa (ou seja, de 18h até o amanhecer, praticamente 13h). Mais que isso: as fotos foram dispostas de modo a estarem no centro da roda formada pelos dançarinos de Marabaixo, que assim faziam a festa em volta das imagens que retratavam a própria festa! Com toda a certeza foi um dos momentos mais felizes de toda a minha vida. :)

O Ciclo do Marabaixo 2015 encerrou neste domingo, 7 de junho, com a derrubada dos mastros nas cinco casas que celebram anualmente a Santíssima Trindade e o Divino Espírito Santo. Na próxima semana, acontece na Praça da Bandeira programação alusiva ao Dia Estadual do Marabaixo (16 de junho). Depois disso, sigo para algumas semanas em Belém, a caminho de  Taquaruçu, distrito de Palmas, onde os cinco curtas serão exibidos no Cine Mutum, evento paralelo ao Mutum - 1ª Mostra de Música Instrumental e Cultura Popular do Tocantins, que acontece de 10 a 12 de julho. O caráter alternativo das exibições relatadas neste texto também se estende à viagem: pretendo percorrer vários estados com a exposição e os curtas evitando o uso de avião sempre que isso seja possível - vou de Macapá para Belém de navio, e de lá para Palmas de ônibus (no caso, indo primeiramente do Pará para Goiás, e de lá pro Tocantins).


quarta-feira, 3 de junho de 2015

Curtas serão exibidos no projeto Vitrola Cultural em Macapá nesta sexta



Nesta sexta, 5 de junho, os curtas-metragens As Tias do Marabaixo serão exibidos dentro da programação do projeto Vitrola Cultural, no Bar do Nêgo (Complexo da Beira-Rio, em frente ao Macapá Hotel). O evento estreou com sucesso na sexta-feira passada e abre nesta segunda edição espaço para cinema, com o nosso projeto, e para a poesia, vários grupos já confirmaram a participação. 

Para nós é uma honra poder exibir o nosso trabalho voltado para a difusão da cultura do Marabaixo, uma tradição nascida do povo amapaense, num local que é ao mesmo tempo um dos espaços mais democráticos da nossa sociedade (um bar) e também situado às margens do rio Amazonas, o maior rio do mundo. Agradecemos o convite à amiga Patrícia Pinheiro, coordenadora geral do evento.

A proposta do Vitrola Cultural é difundir a cultura musical através dos discos de vinil (você pode levar exemplares da sua coleção, e um dos DJs do projeto  - Ronnie Santos, Flávio Gutembergue e Jader Roots - irá tocar a faixa que você escolher), e ainda abrir espaço para manifestações de outras artes: teatral, escrita e falada, artes plásticas, artesanato, danças, feiras de trocas e vendas, brechó e bazar, religiosidade, afro, além de audiovisual, artes circenses, de gênero, jogos de tabuleiro e esportes. 

Longa vida ao Vitrola Cultural!